quinta-feira, 22 de setembro de 2011

ENIGMA


Na luz da Lua Negra
Tu não sabes quem sou
Por tráz dos meus véus
Ocultas sombras
Fugidias
Dos meus dias de luz
Ouve meu canto
Meu pranto
Meu acalanto
Deita em meu peito
Em meu abismo profundo
Entra em meu mundo
Te levo aos céus
Ou ao inferno
Eterno
Terno
De caricia dos vales
Do meu escuro
Penetra em minha selva
Bebe minha seiva
Deixa teu sêmen
Teu suor
Teu sangue
Basta um corte
Antes da morte
Mas eu deito a sorte
A doce beleza
Com delicadeza
Rasga meus véus
Sou fêmea lasciva
Deusa despida
Amoral
Chama imortal
Princípio e precipício
De todas as formas
Embarca
E abarca a imensidão
De meus oceanos estelares
Minhas trevas lunares
E minha luz
Que te conduz em equilíbrio
Sobre o fio da navalha
No Éden dos desejos
Te faço mais forte
Sob as cicatrizes
Dos meus punhais
Não tenho rivais
Eu sou todas
A que tem asas
A que tem garras
A que tem fel
A que tem mel
Eternamente
Rosa dos ventres
Rosa dos ventos
Rosa dos tempos
Rosa dos templos
Decifra-me!
Em minha face de luz
Ou te devoro
Em minha face de sombras...

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